terça-feira, 18 de março de 2008

O curto início....

“Digamos, portanto, que a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não nos aparecem como é costume, porque nos aparecem sem a circunstância atenuante da sua fugacidade. Essa circunstância atenuante impede-nos, com efeito, de pronunciar um veredicto. Poderá condenar-se o que é efémero? As nuvens alaranjadas do poente iluminam tudo com o encanto da nostalgia, mesmo a guilhotina.”

in "A Insustentável Leveza do Ser" by Milan Kundera

1 comentário:

João disse...

Se cada segundo da nossa vida tiver de se repetir um número infinito de vezes, ficamos pregados à eternidade como Jesus Cristo à cruz. No mundo do eterno retorno, todos os gestos têm o peso de uma insustentável responsabilidade.

Tabajara