Apetites.

De repente apeteceu-me.
Apeteceu-me qualquer coisa, não sei bem o quê. E gostei. Gostei de sentir que há qualquer coisa que de certeza me faria feliz, sem saber o que é. Qualquer coisa, qualquer imagem, qualquer gesto, qualquer sabor, qualquer sensação.
As vezes sinto-me feliz por reparar nas pequenas coisas, por conseguir com que o vento gelado que me bate na cara de manhã me saiba imensamente bem, por ficar alguns minutos parados a ver pardais a saltitar de um lado para o outro ou por gostar de pôr o telemóvel no silêncio, apagar as luzes e ouvir uma das minhas músicas favoritas. Sabe bem.
É tão bom sentir que há algo para descobrir, que há algum caminho novo que tem imensa piada. E é melhor ainda descobrir que essas coisas estão precisamente nos pormenores, pormenores esses que nos passam ao lado todos os dias.
Hoje estou bem disposto, e tenho quase a certeza que vou dormir com o sorriso na cara.
Apetece-me apetecer-me. E pronto.




(arranjei um álbum, que posso desde já considerar que é umas das melhores coisinhas que passou pelo meu computador nos últimos tempinhos... Versões jazz de êxitos dos anos 80... Delicioso...)