Nem tudo é fácil. Nem tudo é complicado. Em média é tudo relativamente simples.
É mais um problema. A simplicidade exagerada das coisas torna-as, por vezes, demasiado estranhas e insonsas para que se tire partido. Toda a merda, tudo o que corre mal, tem sem duvida um lado bom. Tudo o que é estupidamente belo, também tem o seu lado mau, ou seja, em média é tudo apenas… mais ou menos engraçado.
Onde está piada disto tudo se as coisas tendem sempre para um ponto intermédio sem piada nenhuma? Onde está a dor, o prazer e o sabor das coisas?
Todas as coisas no mundo funcionam nesta espécie de limbo que não nos leva a lado nenhum nem serve para propriamente nada. Ou serve, serve para todos os dias termos coisas boas e coisas más e chegamos ao fim com a sensação de que “nem foi mau”. “Nem foi mau”.
A piada das coisas está nos limites. No limite do esforço e no limite do sedentarismo. Do tédio e da animação. O meio existe e funciona como um ralo no fundo de uma banheira cheia de água. Tudo corre para ali.
Esta média irrita-me e confunde-me. Ofusca o brilho das coisas, tira-lhes aquele toque especial. É ai que vivemos e é por isso que lutamos todos os dias, para sair do meio e chegar ao limite de qualquer coisa meio estranha mas infinitamente fantástica.
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